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ENSINO DE BASE

O setor de creches tem sido duramente atingido pelo não cumprimento de promessas e descaso de políticas públicas. Por lei, o Brasil deveria disponibilizar vagas em creches para 50% das crianças até 3 anos de idade. Este percentual de atendimento ainda está bastante distante da meta estipulada pelo Plano Nacional de Educação para 2024. Os números indicam que cerca de 8 milhões do público infantil na referida faixa etária, aqui no nosso país, não estão matriculados, possivelmente por falta de oportunidade. Tais dados fazem parte do estudo “Aspectos dos cuidados das crianças com menos de 4 anos de idade”, publicado pelo IBGE, no final de março de 2017.

Os brasileiros mais pobres tanto quanto os mais ricos querem ver seus filhos matriculados. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios do IBGE retrata bem a questão. O IBGE perguntou às famílias não apenas se as crianças estavam ou não matriculadas, mas, também, se tinha havido interesse dos pais em conseguir uma vaga. Distinção importante porque, na faixa etária de 0 a 3 anos, a matrícula não é obrigatória. Decisão dos pais, mas dever do poder público de garantir a vaga. Infelizmente, esta oferta não acontece na maioria dos municípios.

Diante da demanda, diz Antônio Gois, no jornal O Globo, de 15.5.2017, “ Por isso é fundamental expandir o sistema de creches públicas priorizando as famílias que mais precisam, tanto do ponto de vista das crianças quanto dos pais. Sabemos que, do ponto de vista das famílias, especialmente para as mães, creches têm impacto significativo na renda e empregabilidade.”